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INAUGURADA A MAIOR PONTE FERROVIÁRIA DO MOÇAMBIQUE INDEPENDENTE


Como era longamente esperado, numa manhã de sol envergonhado e alguns borrifos, esta quarta-feira (28 de Setembro), a baixa da pacata vila de Boane abarrotou pelas costelas pela azáfama humana que para ali convergiu, ido de quase todos os cantos, sobretudo dos Municípios de Matola, Maputo, distritos vizinhos de Moamba, países vizinhos, a exemplo de Swazilândia e RSA, só para citar alguns.

O caso não era para menos, era o dia “D”, há muito aguardado; a inauguração pelo presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nhusi, da maior ponte ferroviária construída no Moçambique independente, a ponte ferroviária de Boane, sobre a Linha ferroviária de Goba, no Km 36+700, a sul de Moçambique.

As obras da sua construção decorreram em 15 meses; 1 de Junho de 2015 a 25 de Setembro de 2016, e consumiram pouco mais de 585 milhões de meticais, desembolsados pelos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e insere-se nos “esforços do Governo de Moçambique na construção de infra-estruturas como meio de desenvolvimento económico do País e modernização dos seus activos com vista a fazer face à crescente demanda na cadeia logística de transportes”.

“Devemos ser comercialmente agressivos…”, Filipe Nhusi, Presidente da República

Falando na ocasião, o Presidente da República sublinhou, visivelmente satisfeito que o empreendimento resulta dos nossos esforços na “criação de condições para o bem-estar dos moçambicanos e o desenvolvimento do país e da região” o que, na sua óptica também está aliada a necessidade de “resolvermos o problema da paz e estabilização económica”, condições necessárias e suficientes que deverão resultar no desenvolvimento integral das populações nacionais e da região, frisou

Para o presidente da República, a população de Boane, “que hospeda a ponte tem a nobre tarefa de conservá-la por forma a mantê-la operacional dado o seu valor estratégico, económico e social inclusivos”, factos que simbolizam “o manifesto da nossa agenda comum”, o bem-estar social e inclusivo para todos.

“Que respeitem este empreendimento de grande importância para o crescimento da economia nacional e regional”, apelou Nhusi.

Prosseguindo, Filipe Nhusi disse que “com a construção de uma infra-estrutura desta magnitude, os diferentes agentes económicos do país e da região passam a ter ao seu despor uma obra moderna e de qualidade que vai ajudar no transporte de cargas e passageiras em condições seguras e em maiores quantidades” o que na sua óptica constituem razões mais do que suficientes para congratular o país, sobretudo por ter sido concebida e financiada pelos CFM, observou.

A dado passo, o PR realçou o facto de “durante a sua construção ter servido de “sala de aulas para muitos jovens moçambicanos”, no âmbito do projecto “uma obra uma escola”, conforme foi revelado pelo Presidente do Conselho de administração dos CFM, no seu informe.

O presidente da República sublinhou a visão de que para o alcance dos objectivos para os quais foi concebida e construída esta imponente infra-estrutura é preciso que flua muito tráfego sobre ela e, para isso chamou particular atenção para a necessidade de se “ser comercialmente agressivo” por que só ai é que “poderemos assegurar a sua sustentabilidade”. “O cliente não deve encontrar alternativas senão o uso desta infra-estrutura”, defendeu o presidente perante centenas de convidados (nacionais e estrangeiros), quadros, técnicos, trabalhadores dos CFM, do empreiteiro, fiscal da obra e populares.

Recorde-se que o acto foi presenciado por diversas individualidades, entre Governantes a diferentes níveis, a destacar Carlos Mesquita, Ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Bonete ministro de Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Raimundo Diomba Governador da Província de Maputo, a Administradora do Distrito de Boane, o presidente do Município de Boane bem assim convidados estrangeiros representando operadores do Reino de Swazilândia, África do Sul, entre outros.

“Estamos determinados a prosseguir com outras frentes”, Carlos Mesquita, MTC

Para Carlos Mesquita, Ministro dos Transportes e Comunicações (MTC), a Inauguração do “primeiro e maior empreendimento de raiz” de uma ponte ferroviária, desde à Independência Nacional, testemunha o contexto em que o Sector dos Transportes e Comunicações é chamado a mobilizar a sua capacidade para a dinamização e ampliação da sua rede ferroviária nacional, para responder ao novo quadro de aumento de carga ferroviária em quase todas as nossas linhas”.

Realçou ainda o facto de, pelos vistos “os intervenientes (empreiteiro, fiscal e os CFM) terem cumprido com os prazos e a qualidade da obra acordadas”, facto que fundamenta a determinação do “Sector na implementação de um vasto programa de ampliação das infra–estruturas ferroviárias noutras frente, como os estudos para a ampliação da capacidade da linha de Ressano Garcia, obras de ampliação da linha férrea de Sena, consolidação das operações no Porto de Nacala–a–velha, reabilitação do Porto de Nacala, entre outras ações programadas”, reiterou o MTC.

“O nosso Maior desafio foi decidir entre reabilitar a antiga ou construir uma nova ponte”, Victor Gomes, PCA dos CFM

Por seu turno, para o Presidente do Conselho de Administração dos CFM, Victor Pedro Gomes “o maior desafio na tomada de decisão para a construção da Ponte de Boane foi, entre reabilitar a anterior, com um custo estimado em cerca de 520 Milhões de Meticais ou construir uma nova com um custo estimado em pouco mais de 588 Milhões de Meticais”.

No caso, “assumimos o risco de construir uma nova Ponte, com recurso a fundos próprios”, em substituição da anterior “erguida na década 30”, cujo grau de degradação resultou de efeitos combinados entre a idade, o usos e factores climáticos com destaque para a depressão “Demoina”, revelou.

Os números e a carga da ponte de Boane

Com 362 metros de comprimento, possui uma capacidade de 27 Toneladas por eixo, contra as 18.5 Toneladas da anterior. Permitirá a passagem de composições acima de 100 vagões, contra a capacidade máxima de composições com 50 vagões permissíveis na Ponte anterior.

Passarão desta ponte cargas para o Porto de Maputo, como seja o calcário, na ordem de 600 (seiscentas) mil toneladas por ano e o açúcar da Swazilândia, estimado em 300 (trezentas) mil toneladas por ano, para além do serviço de transporte de passageiros, uma Responsabilidade Social para com a sociedade por parte dos CFM e do Governo Moçambicano.

Projectos de dimensão social Associados a Ponte de Boane

A importância e impacto da ponte de Boane não se esgota a dimensão económica, segundo deu a conhecer Victor Gomes, para quem “durante o processo de construção, puderam beneficiar de uma formação técnico-profissional no local, cerca de 300 estudantes do Curso de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane e do Instituto Industrial de Maputo, num programa denominado “Uma Obra, Uma Escola”, com vista a cimentarem os seus conhecimentos teóricos à prática construtiva” revelou.

Tendo ainda anunciado “o nosso compromisso da construção de duas infra-estruturas situadas no Bairro Samuel Kankhomba, mais conhecido por “Bairro dos Antigos Combatentes”, a saber; um Bloco de 2 salas de aulas, na Escola Primária Completa Antigos Combatentes; e uma Maternidade, do Posto Comunitário, incluindo a respectiva vedação, cujo montante está avaliado em 12 Milhões de meticais”, num período estimado em cerca de 3 meses, contados a partir do término do presente ano lectivo, assegurou.

Pela importância e diversidade das abordagens que caracterizaram esta mega inauguração, AmviroNews, como é sua obrigação, nas próximas edições continuará a “oferecer” ao caro leitor as diferentes reacções de diversas sensibilidades que acorreram a Boane.

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