"EM INHAMBANE" SECTOR DA SAÚDE PREOCUPADO COM ABANDONO DO TRATAMENTO DE HIV/SIDA
- Jornal Amvironews
- 1 de set. de 2016
- 2 min de leitura

Mais de centenas de pessoas portadoras do HIV/SIDA já abandonaram o tratamento antirretroviral na cidade da Maxixe. As autoridades apontam a discriminação e longas distâncias a percorrer para chegar às unidades de saúde como motivos que levam os doentes a desistir de tratar o HIV/SIDA.
Dinis Luís, o Director distrital da Saúde na cidade da Maxixe, afirma que estão em causa “questões comportamentais”: “O estigma e a discriminação são grandes barreiras que fazem com que as pessoas desistam do tratamento”. Entretanto, face a esta situação, através da ajuda de uma organização norte-americana, o Plano de Emergência do Presidente dos EUA para Alívio do Sida (PEPFAR), em coordenação com o Centro de Colaboração de Saúde (CCS) de Inhambane, são distribuídos medicamentos e recolhidas amostras de sangue nas unidades sanitárias mais afastadas das vilas e cidades.
“Há viaturas regionais que fazem a distribuição dos medicamentos dos distritos às unidades de saúde periféricas e a recolha de sangue para análises laboratoriais em hospitais de referência”, afirma Rinquês Cantilal, coordenador do CCS na província.
Cantilal acrescentou ainda que está em curso uma formação de activistas como educadores de pares. Trata-se de pessoas seropositivos que se encontram a receber tratamento antirretroviral que se deslocam às comunidades para procurarem doentes que abandonaram o tratamento”, explica o coordenador.
Albino António, um dos residentes na cidade da Maxixe, recebe tratamento antirretroviral desde 2008.
“Estava sempre com febre, perdi peso e ia ao hospital e não acusava nada. Fiz o teste e deu positivo. Comecei o tratamento e estou a ver diferenças. Tenho de tomar um comprimido à noite para sempre”.
Mas, nem todos os pacientes encaram a situação da mesma forma, diz Albino António de 35 anos de idade. “Algumas pessoas dizem que abandonam o tratamento por falta de condições. Não têm comida e quando tomam os comprimidos sem comer, há uma forte reacção”.
Quem desiste do tratamento sofre consequências graves, alerta o coordenador do CCS em Inhambane. Segundo Rinquês Cantilal, os primeiros efeitos são as “infecções oportunistas que aparecem quando o organismo está enfraquecido e a imunidade baixa”.
Aos doentes de HIV/SIDA, Fernando Nhampossa pede para que não abandonem o tratamento. ”Este medicamento é gratuito, vale a pena apostarmos nisso. Quem abandona sofre corre rsico de ter uma recaída”, frisa



















































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