CENTENAS DE PESSOAS PROTESTAM CONTRA TENSÃO POLÍTICO-MILITAR E CRISE ECONÓMICA

Jornal Amvironews
1 de set. de 2016
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Cerca de duas centenas de pessoas saíram no fim-de-semana à rua em Maputo para protestar contra a actual crise político-militar, bem como contra a actual crise económica que o país atravessa.

Na marcha, cidadãos de vários estratos sociais percorreram as avenidas Eduardo Mondlane e Karl Marx, entoando cânticos de repúdio contra a tensão militar.

A marcha, promovida por organizações da sociedade civil e contou com uma forte presença policial, desaguou na Praça da Independência, no centro da cidade capital.

A presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, Alice Mabota, disse que é urgente que se resolvam os problemas que o país enfrenta, pois estes apenas dificultam, cada vez mais, a vida dos moçambicanos.

“Quando nos interessa dizemos que Moçambique é rico, mas, por outro lado o país é pobre. As pessoas que aconselham o Governo deixam transparecer que as coisas aqui estão boas, mas não estão”, disse Mabota, acrescentando que os preços dos produtos básicos estão cada vez mais caros. Por seu turno, o presidente do Parlamento Juvenil, Salomão Muchanga, afirmou que “queremos uma paz efectiva que signifique o reencontro dos moçambicanos, o reencontro do Estado com os direitos humanos”. 'Basta de momentos breves de paz. Queremos uma paz total”, disse. Homens armados da Renamo tem protagonizado ataques, sobretudo na região centro do país, que tem ceifado a vida a inocentes e destruído bens e infra-estruturas.

Em sede do diálogo político, os mediadores internacionais propõem a presença de observadores internacionais para a cessação dos ataques armados no país. A proposta foi apresentada um dia antes de o grupo suspender o diálogo até o dia 12 de Setembro proximo.

Os mediadores consideram que, para o efeito, deve ser criado um grupo de trabalho capaz de estabelecer as condições para um corredor desmilitarizado para o encontro com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, e, também, manifestam o interesse por um cessar-fogo definitivo, que restabeleça a paz.