“TODOS GANHARAM COM A TROCA DE IDEIAS E CONHECIMENTOS”, CARLOS DE ROSÁRIO, PRIMEIRO-MINISTRO
- Jornal Amvironews
- 1 de set. de 2016
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Quem assim referiu o intercâmbio cultural havido na província da Sofala, foi o primeiro-ministro Carlos Agostinho de Rosário, discursando na cerimónia de encerramento do IX Festival da Cultura. Para Do Rosário, o brilho transmitido pelos artistas moçambicanos representa motivo de orgulho e exaltação dos valores culturais dos moçambicanos.
“Foi num ambiente contagiante que Beira e Dondo acolheram as nossas expressões culturais, artísticas, culinária, cinema, num autêntico simbolismo e reviver das gerações nacionais”, reconheceu Do Rosário.
“O conhecimento da nossa cultura não começa nem acaba na nossa aldeia mas num permanente ambiente de troca de saberes entre os Moçambicanos”, defendeu.
Para o chefe do Governo Moçambicano, “a realização dos festivais nacionais de cultura constituem uma ocasião de cristalização de esforços atinentes a consolidação da paz e da unidade nacional bem como da promoção de esforços de unificação entre os Moçambicanos. Carlos do Rosário salientou que “o evento traduziu-se numa ocasião de convivência e troca de saberes mas, que tal processo não termina na Beira nem no Dondo”.
X Festival Nacional de Cultura terá lugar em 2018 na província do Niassa
Este foi a anúncio mais esperado da intervenção do primeiro-ministro, para quem “o encerramento do IX festival nacional de cultura não representa o encerramento das exibições culturais, visto que cada artista deverá continuar a mostrar e demonstrar na sua zona de origem quão é lindo e especial o nosso mosaico cultural”.
“O Sofala 2016 superou as nossas espectativas”, Roberto Dove, Gabinete Central

O Director Adjunto do Gabinete Central do Festival, Roberto Dove disse que apesar das condições atípicas de mobilidade em que o evento esteve rodeado a realização da IX edição do festival da Cultura superou as expectativas.
“A nossa cultura nunca está em crise como tal, este festival é disso um exemplo pois é neste momento de crise que empreendemos nossos esforços com vista a assentar a unidade nacional e restabelecimento da paz” revelou Dove.
Para Dove cada uma das manifestações exibidas no festival carregaram mensagens de paz, unidade nacional reveladoras de que só com a paz é que podemos ter um desenvolvimento sustentável.
“Todos nós estamos cientes de que a nossa diversidade cultural é um comprometimento de que apesar das nossas diferenças somos um povo uno, cujos ganhos são enormes quando convergimos todo o país num único espaço, a exemplo do que aconteceu durante 5 dias nas cidades da Beira e Dondo”. Sustentou.
Roberto Dove, que é igualmente director nacional das indústrias criativas no Ministério de Cultura e Turismo disse que, por estas e outras constatações a avaliação do evento, no geral é positiva pois conseguiu-se cumprir com o calendário estabelecido e os grupos apresentaram-se num nível bastante alto em quase todos os aspectos, designadamente indumentária, canto e dança, técnicas de expressão ao nível de teatro música e artes.
Por outro lado, o dirigente destacou a afluência do público na casa de 5 mil pessoas como um marco indicativo de sucesso concluindo que efectivamente o Sofala 2016 foi um “sucesso autêntico”, sustentou.
Fazendo uma análise entre a anterior edição da presente, Dove, assumiu que “cada festival é sempre um festival” embora a IX edição realizou-se num momento atípico quanto a conjuntura económica e financeira.
“O IX Festival nacional de Cultura foi mil por cento”, José Mucavele, artista nacional

Para José Alfredo Cavele, artisticamente conhecido por José Mucavele, “este terá sido um dos melhores festivais que já tivemos por ai, eu dou mil por centos. A organização foi das melhores e superou as minhas expectativas.
Relativamente a prestação dos artistas disse que estes quase todos eles estiveram bem, o som também esteve bom.
Num outro desenvolvimento, Mucavele elogiou a prestação do Presidente da República Filipe Nyusi. Nyusi saudou de forma calorosa, momentos antes da sessão de inauguração, várias personalidades, entre artistas, da sociedade civil e políticos incluindo da oposição no caso especifico Daviz Simango, presidente do Município da Beira, num gesto real de manifestação da unidade nacional.
Para o artista “fazer política não é inimizade é apenas manifestação de diferenças de pontos de vista e creio que é essa mensagem que o chefe de Estado quis mostrar-nos e, na minha opinião fê-lo bem”, frisou.
Por ser a província de Sofala um dos locais onde tem acontecido ataques supostamente protagonizados por homens da Renamo, Mucavele deixou uma palavra de apelo para os países vizinhos no sentido de apoiram Mocambique a ultrapassar esta situação.
“Clamamos aos países que apoiem. O que a Renamo deve deixar de fazer. Não faz sentido nenhum que cidadãos morram, deixem de produzir para suas famílias e consequentemente para o país por causa da guerra. É bom que a guerra acabe”, apelou.
Ironizando, o nosso entrevistado desabafou dizendo, “Até eu posso abraçar Dhakama, desde que ele pare de matar pessoas, politica não é matar pessoas, que ele pare de fazer isso por que não é isso que este país precisa”.
“Cultura não é só pintura”, Martina Joger, Artista alemã

Martina Joger, artista alemã, que veio a Moçambique pela primeira vez com objectivo de conhecer o país do pandza, da marrabenta, do mapiko, do nyau entre outras manifestações culturais.
Quanto ao IX festival nacional da cultura, razão da sua deslocação histórica a África Martina considera o evento uma grande oportunidade de conhecer pessoas, culturas, em fim “oportunidade para aprender dos outros” visto que para ela “cultura não é só pintura mas sim as pessoas e suas formas de ser e estar”, sublinha.
Martina tem a espectativa de poder voltar a Moçambique na X edição a ter lugar na província de Niassa. Faz pintura há mais de 5 anos tendo abraçado a carreira depois de se graduar nesta área.
Marina é um dos vários “mestres” de pintura que, no sábado, pintaram conjuntamente um memorial alusivo ao IX festival Nacional de Cultura numa das paredes adjacentes ao Centro Cultural da Beira.
Roberto Chidzondzo, pintando o memorial artístico, por ocasião do IX Festival Nacional de Cultura.




















































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