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África do Sul ANC perde capital nas eleições Municipais


O Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na África do Sul, viveu sábado um revés histórico nas eleições municipais ao perder na capital, Pretória, frente ao principal partido de oposição, a Aliança Democrática (DA).

O partido também registou um recuo histórico nas restantes regiões do país, perdendo a maioria que detinha nas cidades mais importantes. Aliás, esta é a primeira vez que o ANC conquista um número tão baixo de votos (53,9 por cento) desde a sua ascensão ao poder, após a queda do defunto regime do apartheid e o advento da democracia em 1994. Em Tshwane, a metrópole que engloba Pretória, a DA conseguiu 43,1 por cento dos votos contra 41,2 por cento do ANC, que governava com maioria absoluta a cidade, segundo os resultados publicados depois da apuração das eleições de quarta-feira passada.

O desempenho do ANC nas presentes eleições constitui um grande abalo para o partido no poder, considerando que nas municipais de 2011, o partido no poder havia conquistado 56,5 por cento do eleitorado. A AD, um partido de centro-direita também venceu em Port Elizabeth, a sexta cidade mais populosa da África do Sul.

Mais de 26 milhões de sul-africanos aderiram ao censo eleitoral para votar nas eleições municipais que, segundo a Comissão Eleitoral, foram realizadas sem incidentes.

O recuo do ANC 'aconteceu mais rapidamente e em maior proporção do que imaginávamos. Foi um choque para todos', considera o analista político independente Ralph Mathekga, citado pela agência de notícias AFP. Nos últimos anos, mesmo após a retirada da figura histórica do partido, Nelson Mandela, o ANC estava acostumado a vencer confortavelmente todas as eleições com mais de 60 por cento dos votos. Mas as presentes municipais mudam a situação.

Tais resultados poderão colocar em apuros o presidente sul-africano, Jacob Zuma. No sábado à noite, durante um discurso por ocasião do anúncio dos resultados pela Comissão Eleitoral, Zuma elogiou as 'eleições altamente disputadas, tais como deveriam ser em uma democracia'.

Zuma deve completar o seu mandato em 2019, mas o partido pode ser tentado a encurtar o seu reinado para evitar um declínio ainda mais grave nas urnas nas próximas eleições gerais.

À frente da África do Sul desde 2009, o reinado de Zuma tem sido marcado por uma série de escândalos.

A AFP cita como exemplo um incidente ocorrido sábado, quando o seu discurso foi interrompido por quatro jovens mulheres que exibiam cartazes em frente ao palanque para recordar um caso de estupro em que presidente sul-africano foi inocentado há dez anos.

Seus problemas legais, no entanto, ainda são actuais, uma vez que foi condenado a pagar cerca de 7,8 milhões de randes por utilizar dinheiro público para reabilitar a sua casa em Nkandla, que, ironicamente, votou por um outro partido diferente do ANC.

Mas, apesar de seus sucessos retumbantes em Port Elizabeth e Pretória, a DA não conseguiu obter a maioria absoluta e terá de se aliar a outros partidos para governar estas cidades.

Na capital, os liberais da AD vão certamente atrair os Combatentes para a Liberdade Económica (EFF) de Julius Malema, que foi expulso do ANC em 2012 depois de se desentender com Zuma.


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