No ensino de História em Moçambique Historiadores defendem adopção das línguas locais
- Jornal Amvironews
- 4 de ago. de 2016
- 2 min de leitura
No ensino de História em Moçambique
Historiadores defendem adopção das línguas locais
Historiadores moçambicanos defenderam, na sexta-feira, a adopção das línguas locais no ensino de História em Moçambique para melhorar o desempenho dos educandos, considerando que a exclusão das línguas autóctones no Processo de Ensino e Aprendizagem pode contribuir para a extinção das mesmas.
“Nós precisamos de incorporar as nossas línguas no ensino de História”, disse à imprensa o pesquisador e coordenador geral da Oficina de História Moçambique, Elcídio Macuacua, à margem do 6.º encontro do grupo, subordinado ao tema “ papel das línguas moçambicanas na pesquisa e ensino de História.
Observando que uma parte significativa da população moçambicana não tem o português como a primeira língua, Elcídio Macuacua entende que a adopção de línguas moçambicanas no ensino de história facilitaria o Processo de Ensino e Aprendizagem, explorando, em simultâneo, a dimensão cultural inerente nas línguas locais.
Para o historiador, a adopção de línguas moçambicanas no ensino pressupõe a documentação de obras sobre a disciplina em línguas locais, um processo que facilitaria a compreensão do educando.
“Poderíamos, em função das circunstâncias, escolher as línguas mais faladas em cada região e, a partir daí, introduzi-las nos programas”, acrescentou Elcídio Macuacua, que também é professor de História.
Por seu turno, o também historiador e coordenador para assuntos educativos e culturais, Ivan Zacarias, entende que a adopção das línguas nacionais no ensino de história em Moçambique é um processo complexo e propõe uma análise mais profunda para melhor adequação da proposta.
“É realmente necessário que as línguas nacionais sejam adoptadas no ensino mas importante não desvalorizar a língua portuguesa, na medida em que ela funciona como veículo de unidade nacional”, declarou, apontando, a título de exemplo, a situação da África do Sul, onde as línguas locais são usadas no ensino, sem que, no entanto, o inglês seja desvalorizado.
Além de debater o “papel das línguas moçambicanas no ensino de História”, a 6.ª Oficina de História, que juntou académicos, escritores e estudantes em Maputo, serviu para o anúncio da realização da Primeira Conferência Internacional da Oficina de História, a decorrer em Maputo nos dias 28 e 29 de Outubro, sob o lema “Samora Machel na História: memoria, educação e cultura popular”.



















































Comentários