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HOMOÍNE HOMENAGEIA VÍTIMAS DO MASSACRE DE 1987

  • Jornal Amvironews
  • 21 de jul. de 2016
  • 2 min de leitura

O distrito de Homoíne parou, nesta segunda-feira, para prestar uma homenagem as vítimas do massacre de 1987, protagonizado entre as forcas governamentais e os homens armados Renamo, causando morte de mais de 750 pessoas.

Segundo dados obtidos, deste universo 400 corpos foram reclamados pelos familiares e os restantes 350 não reclamados foram depositados numa vala comum.

A efeméride foi caracterizada por diversas actividades culturais com destaque para a deposição de uma coroa de flores na vala comum onde foram enterrados os corpos, oração e mensagem por ocasião da data.

Na ocasião, os crentes religiosos pediram ao governo e a Renamo para um diálogo sério e que vise pôr o fim ao conflito armado que está a ceifar vidas humanas sobretudo na zona centro do país.

De acordo com o padre da igreja Católica, a paz deve prevalecer pois é um dos factores importantes para o desenvolvimento do país.

“Já perdemos muito com a guerra, perdemos escolas, hospitais, vidas humanas e muito mais, este cenário não queremos que volte acontecer. Pedimos a Deus para que dê força aos dois líderes para que juntos sentem-se á mesa e busquem consenso para se ultrapassar a tensão política militar no país, os Moçambicanos querem viver em paz e não a guerra”, afirmou padre.

Por sua vez a administradora de Homoíne, disse que o 18 de julho é uma data muito importante e é necessário que a mesma seja preservada pois foi o dia em moçambicanos inocentes perderam a vida injustamente.

Para administradora, os moçambicanos devem semear dentro de si o espírito de paz e de unidade nacional.

“Não queremos voltar a ver sangue nas estradas e luto nas famílias, no dia 18 de julho de 1987 a RENAMO matou muitas pessoas e destruiu infra-estruturas tal como está a destruir agora”, disse.

Lourenço Sambula Guambe residente no distrito de Homoine, antigo combatente do Massacre, hoje com uma deficiência física causada pelo conflito armado do 18 de Julho, conta como tudo aconteceu.

Lourenço Sambula Guambe

O conflito armado começou no dia 7 de Abril de 1987, havia la posições armadas no bairro 7 de Abril, mas as forças governamentais conseguiram expulsar alguns homens posicionados no campo de aviação outras que conseguiram fugir foram se esconder na trincheira e começamos a lutar com o inimigo. Todos

O conflito armado envolvia as forças governamentais e os homens armados da RENAMO, e que de acordos com eles o objectivo da guerra era combater o inimigo e evitar que destruía o distrito.

Eu e outros que estávamos escondidos na localidade de Pembe fomos expulsos pelos homens armados quando chegaram. Tivemos que voltamos para a vila sede, mas eles também não permaneceram naquele local por muito tempo, porque nós começávamos com os contra-ataques. Depois de termos trocados tiroteios houve um grupo de mulheres da OMM que havia sido sequestrada, para servir de reféns e depois serem mortas, quando nos apercebemos fomos atrás e continuamos a lançar fogo contra eles, mas eles resistiram.

Por ai 17 horas saímos em um grupo de 20 saldados a seguir a pista dos bandidos fomos atem Machavela e voltamos para Chinjiguir. Muitas pessoas perderam a vida no distrito. Aquele número apresentado na vala comum é muito pouco, algumas pessoas não foram enterradas, testemunhou ao nosso jornal Lourenço Guambe.


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