A REVER QUADRO LEGAL DA RAPARIGA SOCIEDADE CIVIL MOBILIZA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
- Jornal Amvironews
- 21 de jul. de 2016
- 3 min de leitura
As Organizações de Sociedade Civil (OSCs) instam os deputados da Assembleia da República (AR), para que revejam de forma urgente a Lei da Família, sobretudo no que concerne aos direitos da rapariga, por forma a adequá-la às necessidades actuais do país.
Trata-se de nove OSCs que estão a trabalhar em conjunto com os deputados da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade (CACDHL), da Comissão dos Assuntos Sociais, do Género, Tecnologias e Comunicação Social (CASGTCS) e do Gabinete Parlamentar da Mulher (GPM), num seminário de advocacia sobre a revisão do quadro legal referente aos direitos da rapariga em curso no distrito de Bilene, província meridional de Gaza, um evento, de dois dias, tinha como lema: Juntos Pelos Direitos da Criança.
Os parlamentares, assessorados pelos, Fórum da Sociedade Civil para os Direitos da Criança (ROSC) e das Rádios Comunitárias (FORCOM), Visão Mundial, Associação Mulher, Lei e Desenvolvimento (MULEIDE), entre outras OSCs, manifestaram a sua disponibilidade para avançarem com a elaboração de um projecto para a produção de novas leis que poderão ser submetidas ao parlamento.
Falando à imprensa a directora executiva da MULEIDE, Benilde Nhalivilo, apontou a necessidade de se introduzir novas formas dos direitos da rapariga para que esta tenha o seu papel bem definido no seio da família e na sociedade.
Nhalivilo frisou que a rapariga continua a ser vítima de casamentos prematuros. A fonte disse que em Moçambique metade das raparigas casam-se antes dos 18 anos de idade “cujas consequências são abandono da escola, elevados índices de mortalidade materna, infantil e outros problemas daí decorrentes.
Nhalivilo disse ainda que os casamentos prematuros contribuem para a violação dos direitos da criança e a exploração da rapariga na sociedade. Segundo a directora executiva da MULEIDE, o país deve-se abster de seguir as práticas costumeiras, uma vez que impedem a aplicação das leis existentes no país e que concorrem para a busca de criação de bem-estar da rapariga.
Nhalivilo apelou para a mobilização de mais investimentos destinados à educação da rapariga e que a promoção dos direitos deste grupo populacional esteja patente nos curricula escolares, bem como a criminalização dos casamentos prematuros no país.
Reconheceu que alterar a legislação é um processo moroso, “mas até lá nós vamos continuando fazer aquilo que é a nossa parte e estamos sempre a trabalhar com o parlamento, com o Governo para acelerar o desejo.
Por seu turno, a vice-presidente da CASGTCS, Antónia Charre, que mostrou abertura em acolher as propostas de revisão da lei, frisou que a idade núbil da rapariga constitui um entrave para lutar com os casamentos prematuros, pelo que urge alcançar um consenso legal.
Charre, que falava à imprensa, explicou que a legislação moçambicana define como adultos todos os indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos, enquanto a Lei da Família aponta 16 anos para que o cidadão deixe de ser criança.
Nas nossas reflexões podemos chegar ao consenso da idade de 18 anos. Quando digo 18 anos não estou querendo que seja o ideal, também é uma criança, mas que pelo menos para a frente dessa idade talvez a criança se sinta já nessa fase (adulta), disse Charre.
Charre concordou com a revisão da legislação, tendo apontado que caso se efective a mulher moçambicana sairá a ganhar.
Hoje em dia é agenda nacional e internacional o empoderamento da mulher e a Assembleia da República, através das lei, tem procurado influenciar as políticas traçadas pelo Governo, disse.



















































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